domingo, 28 de março de 2010

[Diálogo #2]

-Meu Deus, eu só posso ser muito cruel e falsa, falsa, falsa... - repetia Louise em seus pensamentos enquanto franzia a testa por não sentir o menor arrependimento pelo que fizera, no entanto, sabia que tinha dado muitas esperanças a Ramon, o que tornaria seus próximos dias muito mais complicados do que já eram até a tarde em que decidiu vê-lo.
Ela saiu de manhã cedo enquanto ele ainda dormia, sem imaginar que tão breve o veria de novo.

-Atenda Louise! Ateenda.
-Sua chamada está sendo encamin...
-Droga! Porque você não me atende Louise? Você acha que fugindo desse jeito vai me manter distante de você? Não mesmo!
Esbravejou Ramon enquanto tentava pela e-nésima vez falar com Louise pelo telefone. Ele conhecia muito bem sua amiga, o bastante para saber que ela se escondera dele por está totalmente confusa e sem saber o que fazer, mas ele não estava disposto a esperar que o romance entre eles virasse um roteiro digno de novela mexicana, onde seu nome seria Carlos Emanuel e o dela Vitória Cristina! E, enquanto andava apressado pela casa calçando os sapatos e segurando a gravata com a boca e uma caneca de café com a outra mão foi até a garagem e viu seu ford Maverick 79 vermelho, presente de seu pai quando completou 18 anos. Tomou o último gole de seu café e disse:
amigão, vamos buscar a Louise! Entrou no carro e colocou seus óculos escuros que o deixavam incrivelmente sexy, pegou a auto estrada e seguiu os aproximadamente 330 km que o separavam de Bauru até escritório de sua amada em São Paulo. Seu coração estava muito confiante e ele tinha certeza de que voltaria com Louise ao seu lado. Ele poderia ter pego um ônibus, mas pensou que de carro chegaria mais rápido, uma hora mais cedo do que o google maps lhe mostrara.
E quase conseguiu, trinta minutos antes do que queria, chegou a grande São Paulo e mesmo exausto não quis perder um minuto se quer, foi direto ao escritório de administração onde Louise trabalha.
-A senhorita Louise se encontra?
-Ela está em uma reunião, mas você pode aguardá-la na saleta ao lado - sugeriu gentilmente a secretária do escritório.
Ele aceitou sem ter totalmente certeza do que estava fazendo e enquanto pegava um cafezinho na bandeja que estava estendida em sua frente, pela mesma secretária, ele só conseguia pensar em duas coisas: a primeira era em como Louise estava bem sucedida nessa empresa e a segunda que deveria escolher com cuidado as palavras que usaria, mas se detera principalmente ao segundo pensamento, afinal de contas ele admistrava três empresas em Bauru e ganhava mais que razoalvemente bem, Louise porderia habilmente ajudá-lo em seus negócios e até montar um próprio se assim preferisse! Uns quinze minutos depois Louise surgiu no corredor que dava da sala de reuniões a sua sala, passando pela parede de vidro da saleta onde ele a aguardara ansioso.

- O senhor pode vim comigo? A senhorita Louise irá recebê-lo agora - sorriu.
E ele a acompanhou até a entrada de sua sala.
-O que você está fazendo aqui Ramon? perguntou meio brava mas sem conseguir disfarçar os batimentos acelerados que ele provocara nela por sua presença inesperada.
-Bom dia Loi, ultimamente você tem esquecido as boas maneiras não é mesmo - fez graça pelo fato dela não cumprimentá-lo.
-Não me venha com suas piadas, não estou em um bom momento...
-Talvez se sinta melhor em meus braços ... falou quase sussurrando enquanto andava lento pela sala com a mão esquerda metida no bolso e a outra passeando, quase num tom de provocação , por sobre a mesa.
-O que disse? Eu não acredito que atravessou mais de 300 km só para brincar comigo...
-Não - ele a interropeu, atravessei para dizê-la que não estou disposto a esperar mais cinco anos por você... Louise - ele se aproximou mansinho e envolveu seus braços em volta a cintura dela, que não tentou resistir nenhum um pouco, eu te amo, mas conheço o meu valor e não vou insistir se você realmente não quiser levar nossa história adiante...
Voit la! ele conseguiu transferir o poder de decisão para as mãos dela, afinal, mulheres adoram se sentir no controle das coisas. ¬¬
-Ramon, é melhor você me soltar. Disse Louise com a voz mais seca que conseguira fazer.
Como quiser, disse Ramon se afastando cordialmente, e antes que alcançasse a porta voltou seu rosto misterioso para ela e quase disse uma úitima frase, desistiu olhando a figura daquela mulher desejável e inquieta em seus próprios pensamentos amorosos, achou melhor sair.
A história não era mais um conto de fadas, ele sabia que teria de se empenhar muito para tê-la totalmente. Enquanto descia as escadarias do belo prédio pensou que o difícil seria saber por onde começar, mas de uma coisa ele tinha certeza: ela é uma mulher muito exigente, e que bom que ele preferia se deter às tarefas do tipo, afinal, pensou sorrindo, que ter Louise era de fato a melhor das tarefas a qual um homem interessante podia realizar.

por - Laryssa Galdino

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