domingo, 28 de março de 2010

Como um beija flor.

Ontem a tarde a última coisa que me lembro de ter feito foi fechar o livro na página setenta e alguma coisa e me deixar levar por pensamentos de porque coisas do tipo acontecem? No livro que estou lendo uma menina de menos de 10 anos é estuprada e assassinada, não muito longe de nós Isabella também foi morta, e imagino quantas outras tantas crianças não o são dia após dia.
Isso me fez até chorar enquanto eu lia o livro, pensando na dor dos pais, nos questionamentos que acabamos fazendo a Deus e em um tudo mais. Às vezes, quase sempre na verdade, eu não gosto de pensar nas coisas ruins que acontecem no mundo, porque elas me deixam deprimida. Enquanto vivo com tanta liberdade e tendo tudo que preciso, muitas pessoas estão enfrentando situações de risco, à saúde, ao emocional, não importa de fato o perigo que correm, mas que o correm. E me sinto pequeniníssima quando contemplo minha completa incapacidade diante da miséria, da dor, das doenças que afligem tantos como eu: seres humanos.
É por isso que muitas vezes tento não pensar nisso, porque quando penso fico assim, buscando uma solução para isso. Eu penso que a culpa é de muitas coisas, mas principalmente da falta de escolas de qualidade. Acho que uma escola deveria formar uma criança em vários aspectos, não ensinar apenas os conteúdos pragmáticos do vestibular, mas incentivá-las a pensar, sobre como podem evitar situações catastróficas quando se tornarem adultas e responsáveis por si. Entre as coisas que acho que deveriam ser ensinadas na escola, uma deveria ser a pensar nas consequências de suas atitudes.
Eu vejo, praticamente todos os dias, mulheres com muito mais filhos do que poderia ter, e acho que a ordem em sequência do que isso gera todos conhecem muito bem, o que eu ainda estou tentando descobrir, é como em um mundo tão carente de cuidados eu posso fazer algo, na verdade sei que posso, só me resta descobrir o que, o que eu posso fazer?
Eu tenho muitas ideias e todas precisam de dinheiro, infelizmente não tenho tato para medicina muito menos estômago para a política, acredito mais na iniciativa privada mesmo, na minha iniciativa em particular, porque sei que um banco ou empresa só me apoiaria se fosse lucrativo ou bom para imagem deles. Enfim, chego sempre a mesma conclusão, que o negócio é eu estudar, ter um emprego lucrativo e investir nos planos que tenho, e de ante mão vou avisando: nos meus negócios são bem vindos os que têm vontade de ajudar ao próximo.
E que Deus nos ajude, porque é muito difícil mudar o que está ruim a tanto tempo, mas para Ele não há nada impossível. E eu acredito mesmo naquela história do beija flor, que sozinho tentava conter o incêndio na floresta e quando questionado pelo trabalho vão que fazia, respondeu : -se cada um fizer a sua parte, não será em vão. Talvez eu seja como esse beija flor, ainda não sei. Mas vou fazer a minha parte.

=)

Laryssa Galdino

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