quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Barulho de Um Riacho

Hoje está tudo mais calmo. Enquanto voltava pra casa, ela vio gotas de chuva no parabrisa do carro. Pensou em como foi bom ter trazido o casaco. Com o tempo a gente se acostuma a prever se vai chover ou não, essa coisa que chamam de experiência não é mesmo? Eu não sei quanto de experiência se ganha por dia, acho também que varia muito pra cada pessoa.
Ela apenas pensa sozinha em suas próprias histórias, acaba por perceber que tudo o que pensou às vezes não passa de bobagem, principalmente aos fatos ligados ao amor. Da vida não se sabe o que vai acontecer. Seu caminho está sempre prestes a mudar e tudo acontece rápido demais.
Seu coração, angustiado. Porque os bancários tinham de entrar de greve justo na semana de eu receber meu salário?
Que não é muito, mas o necessário, ela diria que a conta exata. A equação perfeita que dá igual a contas pagas. Isso de dever é tão ruim não é verdade? Bem vindo ao mundo dos adultos, pensa assim. Sorri querendo chorar, mas se desesperar para quê? Acaba-se que por fim tudo termina num acordo, nome limpo na praça e vontade de consumir pra cair no ciclo vicioso que é comprar e dever.
Não se trata de descontrole. É só uma questão mesmo boba de confiar-se nos planos infalíveis, mas na vida tudo muda tanto e principalmente o dinheiro, muda demais. A gente traça todo o orçamento, ai ele muda. Não vem esse mês, é como acontece. E a gente precisa continuar.
Tem dias que ela gosta de imaginar o barulhos de águas tranquilas de um riacho. Isso lhe acalma, ajuda a refrescar o pensamento e a dá forças pra continuar. A água lhe é boa para tudo e tudo com seu soar, como o da chuva agora, a faz bem. Muito bem, bem demais.
Me faz crê que as águas que vêm, me trazem alguma coisa boa, algo que me alegrará.

Laryssa Galdino

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