domingo, 6 de abril de 2008

Não sejamos TÃO Românticos.

Certa vez, em um aulão pré-vestibular, o professor de literatura, o qual não me recordo o nome, falou da importância de sermos menos "românticos". Ele se referia ,em parte, às características desse período literário. Onde os poetas da época tendiam a refletir, no modo como viam a natureza e o mundo, os sentimentos pelos quais estavam compartilhando no momento em que escreviam. E assim, logo após uma tarde ao lado do amor de sua vida, o pôr-do-sol ganhava a descrição mais encantadora e cheia de tons em amarelo e vermelho, até então desconhecidos pela humanidade. Assim era a natureza e tudo em volta desses voláteis poetas. Tudo poderia ser deslumbrante, com todas as suas sombras e neblinas. Até a mais peversa noite seria encoberta por braços enamorados, se assim o quizessem. Mas se tudo não ia bem, a vida já não era mais tão cheia de degradês, a lua e o sol seria um martírio, aos quais teríamos de suportar para sobreviver.

E assim nos acostumamos a encarar a realidade, deixando que ela se modificasse de acordo com nossos sentimentos, certas manhãs já não são tão belas, se, na noite que se passou tivermos brigado com alguém que temos afeto. E isso também se estende à forma como tratamos às pessoas. Somos educados quando tudo está "as mil maravilhas", mas, na fase dos problemas somos rudes e mal-educados.

Então, deveríamos ser menos românticos, afinal, a natureza ainda será estonteante, a gente brigando com o namorado ou não. O sol ainda radiante, e o luar com todas as suas constelações. A vida não muda só porque você derramou café em sua camisa branca, chegou atrasado no emprego e foi demitido. Ela não deixa de ser magnífica, e ao mesmo tempo tão simples, só porque você se decepcionou com pessoas em que tinha fé. O mundo, ainda será cheio de possibilidades ao raiar do dia, mesmo que você perca a chave de casa e durma esta noite na rua.

Ter uma visão menos romântica de tudo, nos ajuda a sermos mais constantes, menos dramáticos. Alcançar o equilíbrio emocional é realmente bem desafiador, mas não impossível para aqueles que ousam sorrir, mesmo quando se teria "todos" os motivos do mundo para gritar, chorar e esbravejar com os outros.

Seja romântico às vezes, mas não seja tolo. Quando algo der errado, procure se focar naquilo que não muda, nem deixa de ser belo com as dificuldades. Olhe para as estrelas, para os Alpes, para os rios... para o horizonte, e siga!

Laryssa Galdino

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