-Promete que...
-shhh... ela tapou a sua boca e o impediu de cometer a loucura de impedir o que estava por vim. O medo sempre atrapalha, mas se decidiram ir tão longe, porque colocar regras em coisas que não se controlam. Os pêssegos estavam no balcão, e ele pediu que ela abrisse a lata, por gentileza. Quem usa "por gentileza" hoje em dia? pensou e sorriu consigo mesmo enquanto se inclinou pra buscar o abridor no fundo da gaveta e deu-lhe tempo pra perceber os mamilos rígidos por debaixo da blusa azul de seda, sem sutiã.
-O que foi?
-Nada, só queria saber se vai demorar muito ainda...
-Você está com tanta fome assim?
-Não estou falando de pêssegos.
Pronto, foi o bastante pra se lançarem um nos braços do outro e se entregarem em um beijo sem razão que esquentou todo o corpo, atiraram as roupas ao chão como se elas fossem a causa do fogo e aos poucos se revelaram nus um para o outro.
-han, você é tão cheiroso...
-hun, você é tão linda...
E se beijavam sem parar como se viver dependesse de beijar, e finalmente ele lhe prendeu com uma mão pelas costas e a outra por debaixo das coxas lhe serviu de apoio para levantá-la contra parede.
-Mete em mim!
Que homem não ficaria de pau duro ouvindo uma coisa dessas?
Eles ficaram ali sem qualquer noção de tempo e espaço. E se se apaixonassem, se se casassem, se na manhã seguinte não se suportassem, quem é louco em querer prever uma coisa dessas? Ela só queria que ele a possuísse, assim no sentido mais bruto da palavra, e se seu coração fosse junto, que se exploda! Essa coisa de controlar os sentimentos parece o mesmo que impedir uma agressão religiosa na faixa de Gaza.
Suados, caíram de sono, ele sobre o corpo dela ainda febril e ofegante, e ele suado com os lábios tocando seus seios agora mais relaxados...
E quem seria louco de impedir algo assim, se importando com o que há por vim.
-Esquecemos de colocar os pêssegos na geladeira.
-Eu não estou nem aí pros pêssegos, sucumbiu ele.
Laryssa Tertuliano
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