terça-feira, 14 de junho de 2011

Quando meu amor me encontrar.

Hoje, talvez eu entendo o que o poeta quis dizer quando escreveu "se tu me amas, ama-me baixinho, não o grite dos telhados" (Mario Quintana). Já percebeu que nos bancos de ônibus e bancos de praça tem sempre escrito com corretivo "fulano e fulana - amor eterno" e coisas do tipo? rsrs É justamente o contrário do que o poeta propõe, o amor não deve ser escanrado assim aos quatro ventos, é algo muito particular e deve ser tratado com respeito e sobriedade, não se risca o nome de quem amamos em todo lugar, não devemos dizer a todo mundo, é como um segredo, que se cultiva.



Sim, amar é um pouco melancólico, idealista, particular. Amor só existe no singular, e acho que talvez não me entendam ao tentar desconstruir a ideia de que se ama a dois. Pois é, não acredito no amor a dois, a tres, a vários. Amor é sozinho, você e a ideia do que você ama. E por isso não deve ser divulgado como comercial na TV nem dito pra todo mundo ouvir. Amar é quase um ato de reflexão, de comedimento e de coisas que ainda não entendo. Mas não é chato. É um êxatase espiritual.



E vez em quando, muito raramente, ocorre que o segredo do amor se multiplica e quem amamos, nos ama também. Só nesses casos, excessões do século, é que o amor se compartilha, vira entre dois, três ou vários. É quando ocorre a compensação pelo nosso sofrimento e desejo silencioso, que tem o seu valor por não ter sido pedida, esperada ou cobrada, apenas aceita. O amor não existe: acontece. E se acontecer a você então todas as coisas que os poetas escreveram começarão a fazer sentido. Incluindo isso, que eu falei, do amor ser uma coisa de uma pessoa só.






Quando meu amor me amar, me conceder sem relutância seu corpo, eu quero que ele me beije e me abrace bem devagar, que é pra eu ter tempo, tempo de me apaixonar. Passe suave suas duas mãos, começando uma em cada ombro, deslizando até minhas boxexas, e me beije, os melhores beijos que ninguém provou - ternos, molhados, selvagens... cheios de desejo, de encontro, de felicidade.



Amar é sentir-se exclusivo, é dár-se inteiro pra alguém que te recebe e faz bom proveito e você nem percebe que se deu, que já é de outra pessoa. Meu amor, quando me encontrar, passe suave a mão no meu rosto, desça por trás da orelha e ajeite me cabelo, sorria enquanto me olha e me dê um cheiro cumprido na testa... depois me beije, aqueles beijos ordinários, bem melhores, muito melhores que nos filmes, como se por mim não sentisse nada e ao mesmo tempo tudo! Como se não houvesse entre nós nenhum afinco, e ao mesmo tempo se firmando tudo.



Não a reverência, jurisprudência ou cerimonial, meu amor, quando me amar me deite em um colchão, passe a mão nas minhas coxas, como se você mesmo estivesse as moldando em barro, seja sutil, demorado, detalhista. O amor é breve, mas não precisa ser rápido. Finalmente me beije, no umbigo, acima dele, abaixo dele e me olhe. Aqui, não há regras, meu amor, quando me encontrar rasgue as regras. Rasgue as cartas velhas das ex-namoradas, eu escreverei outras muito mais belas para você, rasgue também as cuecas e lençóis velhos, fiquemos nus abraçados com você acariciando meus braços.


O amor é contemplativo, mas não precisa ser monótono. Não cobramos, nos encontramos, nos reconhecemos e aconteceu. Meu amor, quando me encontrar, não me deixe ir embora, esqueça qualquer coisa comigo, pra depois pegar, esqueça um livro que eu nunca vou ler, um abraço que você esqueceu de dá. Meu amor, meu amor. Não vamos nos amar com pressa, não vamos nos amar gritando, e quem sabe esse breve dure mil anos.

Laryssa

4 comentários:

Anônimo disse...

Sempre dura tempo o suficiente para ser eterno.
Parabens, superou minhas expectativas, simplismente perfeito.

Anônimo disse...

Poooooooorra..
Deu pra expressar ???
kkkkkkkkkkkkkkkkk

ass: Camilinha

Anônimo disse...

As vezes só um paavrão tem a força que precisamos pra expressar algo :D kkkk deu sim florzinha pra expressar ^^ e obrigada pelos parabéns =)

Anônimo disse...

Parabéns Laryssa