quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O infortúnio da confiança.

Ela era uma garota como outra qualquer, ou talvez não. Usava a Internet para conhecer um mundo imenso ao qual almejava escrever. Suas idéias nem sempre eram comuns, mas ela não aspirava por tornar-se mais uma no senso esperado das coisas. E o que aconteceu? Entregou-se a um homem que não se tinha por satisfeito, que achou que em seus direitos incluía ver outras mulheres sem roupa na rede. Para muitos psicólogos e muitos seres humanos de sua idade, aquilo era completamente normal e não se entendia porque ela ficou se sentindo tão traída.Mas é que para essa garota de pensamentos incomuns, você ver seios, bundas e periquitas de mulheres com quem não se têm nenhum laço afetivo é coisa de otário. Ela é linda, seios arrendodados e palpáveis, pele macia e sempre cheirosa, seus cabelos lisos lhe desenham a face de uma menina-mulher, sedutora e inocente num misto empolgante. Seus beijos deliram a boca e os pensamentos de quem os têm, seus toques... ia se descobrindo todo dia, deixando que a tocasse aqui e acolá. Se sentia absoluta entregue, deixou que um homem lhe visse de seios nus. Deixou-o os tocar, amassar seu corpo contra o seu e gritar prazeres, foi amada e desejada como única, ou pensava que a era. E agora isto. Seu amado se deleitava com os seus peitos e o de sabe quantas putas pela rede? Via seus olhos brilhando, e quanto mais olhos malandros já não o teria experimentado na ilusão do computador? Mas para ela, que tão sincera se entregava e se deixou invadir não achava normal que um homem a amasse e visse tantas outras sem roupa por aí. Se sentiu tão inútil, tão pequena. Não que fosse, porque ela de fato é linda, suas genitais, suas bochechas, tudo nela é interessante e atraente... (mas não o bastante para um otário que anseia sempre mais). E se viu tão desfrutável, como sendo ela para ele a realização de um desejo oriundo de pornografias encontradas avulsamente. Ela,uma mulher especial, sendo tocada como folha de mato adentro por peões desgarrados de honra. Se olhou na sombra da parede que tanta noites e tardes de puberdade observou e tudo que vio agora foi a face opaca de uma mulher incapaz de o satisfazer. Tornou seus olhos para o cretino, e o vio sorrindo como se o seu ato profano fosse comum e nada haveria ela de o contradizer. Seu coração partiu em pedaços, em milhares talvez, se sentiu provocada, subestimada, usada e ainda... sentiu que tinha feito uma grande besteira em confiar num homem.

Laryssa Galdino
em
Conflitos

2 comentários:

Filipe disse...

A verdade é que eu já vim e voltei aqui várias vezes. Algumas vezes eu concordava com o texto, outras eu discordava. Eu diria que existe o lado cultural e biológico (nível de testosterona e tal), que tem grande influência na defesa do moço. Por outro lado existe o lado mais racional, que tenta ver razão na atitude do garoto pelo fato de ele jah ter a garota que poderia suprir desejos maiores. Por ser um representante da espécie masculina eu posso dizer que isso eh o tipo de prazer fácil de se obter. Daí algumas pessoas sentem carência em algum lado afetivo de sua vida e por vezes se vicia nesse prazer. Mas pensando pelo lado racional, o carinha não precisa disso, msm que não tivesse namorada. Ele está apenas se enganando enquanto não consegue resolver seus problemas pessoais. Mas isso passa, acho q a garota não deveria desistir dele.

Abraço

Laryssa disse...

Todo mundo merece uma outra chance... :)

beijo