terça-feira, 19 de agosto de 2008

Quanto custa, moço?

Existiu em algum lugar do planeta, uma garota acostumada a se preocupar com o preço das coisas, com o tempo que o filme devera durar, com as combinações de rosa de sua roupa. Houve um tempo também, que ela deixou de dizer certas coisas por não acreditar mais na sinceridade de seus sentimentos, falou pra si mesma, que deixaria o tempo, ou um novo amor, ou a própria vida curar seu coração aflito.
O tempo não passou muito, que importa quanto tempo passou na verdade! Ela conheceu alguém que a fez querer andar pelos vales outra vez, respirar o céu estrelado do Brasil e sentir coisas que a fizessem perder a noção de hora e espaço.
Um dia, ela percebera que não se pode prender-se ao preço das coisas, às regras que não foram feitas por ela. Apenas que cada valor deve ser dito por cada um. Afinal, o que é necessário pra ela podia não ser para os outros. E o seu tempo também corria diferente. Porque tinha horas que o relógio parava de circular e em outros raros momentos, não por serem poucos mas por serem raros de verdade, ela que se esquecia dele, para se prender a algo muito melhor: o que ela sente quando está envolvida pela atmosfera mágica de "seu" mundo particular, tudo de tão novo e bom.
E então entendeu que o amor não segue às regras, e hoje ela sentiu vontade de dizer : Eu Te Amo. Sem medo de ser mal interpretada, sem se preocupar se é pouco tempo para se sentir isso, sem se preocupar com nada mesmo. E sentiu seu coração bater outra vez e seus pulmões respiraram aliviados, e pensou: "é tão bom fazer o que sentimos vontade".
Seu desejo fora simples: que todos os casais do mundo sentissem o que é de puro e verdadeiro, e mais que isso, que também o expressassem, afinal... não importa se é mesmo amor, não importa que nomes usemos, vale-se apenas de que seja sincero.
O moço lhe respondeu, que não custara nada, ou que lhe poderia custar tudo, ela só precisara de coragem para enfrentar as consequências, que podiam ser trágicas, mas também que podiam ser extraordinárias. Logo, não pensou muito como de costume, e exclamou para o moço da venda :"Ande meu filho, dê-me quantos sacos possíveis de carregar, se é mesmo amor ou não, se vai dá certo ou não, NÃO IMPORTA, eu quero ter a simples certeza de que se eu não for feliz de verdade nessa vida, não será por medo de arriscar, ou por qualquer culpa minha" O moço sorriu, e encheu as suas mãos de sacos de amor, esperança, paciência, emoção, desejo, sorriso, lágrimas, sabedoria... e lhe disse que ela poderia traçar o caminho o qual desejasse com aqueles ingredientes, com aqueles sentimentos.
Agora não nos cabe esperar nada, muito menos achar que as coisas não darão certo. Nos cabe tão somente continuar vivendo tudo que temos pra viver.
Ela sorriu timidamente, saiu da venda do homenzinho com um ar de satisfeita, afinal ela entendeu que a vida é feita de escolhas, e que amanhã será resultado daquilo que escolhemos hoje.
Laryssa Galdino

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