domingo, 6 de julho de 2008

Novos pedaços.


Quando acordei não me lembro de ter escovado os dentes, sai apressada com uma maçã na mão, meu pai esperava-me, e enquanto eu entrava no carro minha mãe fez uma graça por causa de meu cabelo assanhado. Se tivessem me visto ontem, bonita como eu estava, não estariam rindo agora. Retruquei apenas em meu pensamento, na realidade mesmo, não me importo muito com as críticas das pessoas, principalmente com as de minha mãe, que critica tudo sem um simples critério. Acho que é mesmo um hoobie para ela: criticar.
Existe, no entanto, algo que me parte o coração: um silêncio ensurdecedor. Pode até parecer contraditório, mas prefiro mil vezes que me gritem, falem o que pensem...mas quando silenciam, soltam de leve minha mão, se despedem sem me olhar nos olhos, isso parte meu coração.
Segurei o choro, contive todas as lágrimas que poderiam ter saído, com um sorriso. Eu entendo que ele estava sentido muita dor, e não fiquei com raiva por não ter me tratado tão caloroso como antes do acidente. Um acidente de moto que poderia ter-lhe custado a vida.
Dei por esquecido, hoje ele me recebeu sorridente, então me convenci de que a dor o teria deixado tão indiferente na outra noite. Mesmo assim, quando voltei pra casa ainda me sentia um pouco triste, desejando o silêncio às palavras, justo eu... que amo as palavras!?
Mas enquanto tentava resolver à questões de vetorial, eu reconhecia minha falta de vontade em fazer aquilo, então pensei no futuro. Em como gostaria que fosse, e com quem eu gostaria de está. Me desejei sozinha. Eu tenho o mundo a escrever, mas não sei se quero fazer isto acompanhada. Entendi então, como as pessoas podem afetar o que sentimos, como podem influenciar o que pensamos. Mas não podem, nem devem jamais, decidir por nós. E mesmo que todos esperem algo de mim, porque achem que seja o melhor, eu prefiro isto: ter sempre um lugar vazio ao meu lado. Seja no banco da praça. ou em poltronas de avião. Não importa que pensem e queiram, eu prefiro assim.

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