domingo, 13 de julho de 2008

O Clube do Livro (filme)

Havia uma garota em New Jersey, que adorava ler livros, embora ela nunca tivesse terminado muitos. Um dia, ela assistiu a um filme, que falava de pessoas que se apaixonaram insanamente. Ela não acreditara que isso seria mesmo possível, era só ficção, pensou consigo mesma. O tempo passou e seu coração continuara endurecido, mesmo sensível a perceber as coisas mais simples ao seu redor, ela nunca de fato percebera o amor.
Ou porque ele não era seu destino, ou porque ainda estava pra ela conhecer alguém que a fizesse se sentir como quando ela assiste aqueles filmes de romances.
Ela achava mesmo, na verdade, que o tempo a deixara muito exigente. Que de tantas histórias bonitas que contemplara, acabou por sonhar com todas juntas de uma vez, e achar esse ser humano, capaz de encarnar todos os mocinhos de cada filme, para compor sua história real é praticamente impossível. De tanto procurar e não encontrar, ela chega a conclusão de que está sozinha não é tão ruim. Que pelo menos ela pode continuar sonhando com todos os caras perfeitos dos filmes.
Algumas vezes ela rabiscava num papel alguns desenhos, algumas bobagens... ela já descreveu milhões de vezes como seria "seu galã"... mas na realidade, nenhuma de suas descrições a satisfaz por completo. Por cansaço, ou falta de motivação, foi que ela desistiu muito cedo de encontrar sua cara metade, se é mesmo que esse papo pode ser levado a sério.
Ou talvez, seu filme esteja apenas começando... a única coisa que me lembro mesmo dela ter comentado, é que não podia querer que sua vida romântica se resumisse a um conto de fadas de duas horas. Seja lá quem fosse seu príncipe encantado, teria muito mais tempo para conquistá-la completamente.
De tanto imaginar o cara certo, a verdade é que ela tem medo de se entregar ao primeiro que arranca-lhe uns sorrisos. "E se não for ele?" é a primeira coisa que se passa em seu pensamento. Afinal, é tão fácil gostar de alguém, difícil saber se isso será para sempre. E justamente por não saber, é que a indecisão a acompanha. Ela não precisa de alguém para lhe dizer o que está certo e o que está absurdamente errado, porque ela já sabe. Ela precisa de alguém que escreva todas as suas desculpas esfarrapadas em uma folha, e que rasgue, e que a beije... mas ela não acredita que vá encontrar mesmo esse cara. Porque os bons de Hollywood não estão dando sopa no calçadão da Times Square.
Mesmo assim, apesar de não encontrar seu par na valsa da vida, ela não é uma garota amarga, é extremamente amável e sonhadora, do tipo daquelas que temos vontade de escrever sobre. Do tipo que param o olhar no mundo... observam as folhas que caem, e tudo mais a sua volta. Ela só não conseguiu perceber o amor ainda. Mas ela é jovem, tem toda uma vida para encontrar-se com ele.

Laryssa Galdino
Histórias de Uma Garota Flutuante.

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