Você vai sorrir
quando enfim ela admitir
que quem errou foi eu?
Ela tem sentido tanta coisa, tanta que mal sabe explicar, os lábios gaguejam, a morte bate a porta, é tão difícil superar certas coisas, ela pensa consigo mesma e tenta fechar as janelas, mas a tempestade é mais forte que seu braços finos, que sua mente confusa. Estranho, doloroso, a vida toma os caminhos que escolhemos e parece enormemente ruim alcançar o que se quis. Se's perturbam a mente, e as possibilidades de outro futuro questionam-me. "Mocinha, quem escolhe o que quer, tem o que quer..." Mas é errado buscar isso?
As pessoas num geral adoram ver nosso fracasso, nosso coração nas mãos em pedaços, mas me diga, podia ela cobrar de si a ternura que não tivera naquela época? Ou o entendimento que só adquiriu agora? Quando os poetas falam que a felicidade está no caminho e não na chegada, entendeu que era pra fazer algo com sua vida, e agora... quando tudo que sente é um vazio imenso e a tempestade desmoronando as paredes que aleatória construiu no passar dos anos... na verdade nada. Só uma dor no estômago, só uma pergunta a incomodando: Foi certo o que fez?
Agora, as convicções parecem tão utópicas, tão bobagem... e tudo que pensara ser parece tão pequeno. Foi como se tivesse chegado primeiro a um lugar muito lindo, e o achando comum desistiu dele, foi atrás de algo diferente, de algo único... e aí... o que encontrou foi isso, pedras de dor, montanhas de solidão. Viver é isso? Apenas isso? A correria atrás do vento, a felicidade escapando pelas mãos, as memórias atormentando, o dito pelo não dito... a vontade de que essas coisas lhe soltem, de libertar-se dessa liberdade falsa, sente-se perdida na verdade, o mundo a chama e ela só pretende encolher-se no canto, mas a terra não tem cantos... tem esquinas curvas que nos expõem... conclui: é inútil fazer qualquer coisa, correr, ficar... é inútil. Escolhera, é o que importa no final não é? não é? Perguntas ao nada, ninguém responde... acabar-se-á quando? Quando? ninguém responde... nunca respondem...e não consigo fechar as janelas, malditas janelas!
Laryssa Tertuliano
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