domingo, 3 de abril de 2011

Completo Estranho.

Ela estava no mesmo bar de sempre, o Glame, um lugar simples pacato de cores fortes e meia luz onde ia pra desparecer e tomar umas cervejas. Mas naquele noite foi diferente, tssss, ela se virou atraída pelo som da latinha de cerveja recém aberta e vio um homem atrente sentado há uns dois metros, tssss, ela abriu também a sua e eles se fitaram por um instante como se brindassem com os olhos.

Era um homem que não dava para passar despercebido e, tssss, a cada nova latinha aberta se olhavam, como já se querendo mais que aquela contemplação. Ele levantou-se para ir ao banheiro e passou próximo o bastante para que ela percebesse o seu perfume excitante, ela ficou pensando a respeito daquele cheiro, como se imaginasse com o nariz o cheiro completo do corpo dele, como se imaginasse ele inteiro... foi quando ele voltou e sentou ao lado dela, com um olhar penetrante a encarou, como se já suspeitasse os pensamentos da mente dela, e concordasse.

Não foi preciso uma palavra, ele ofereceu a mão como se fosse convidá-la para dançar, e ela quase que num relfexo imediato aceitou a mão dele, levantaram-se das cadeiras de pernas longa de madeira e caminharam juntos até a porta do bar, ela sabia que a música seria ouvida apenas pelos dois, estava tão vidrada na ideia de possuí-lo que não se importou em para onde era levada.

Em algum lugar onde se ouvia apenas vestígios da música do Glame e a luz apenas da lua que entrava por uma frecha de umas das janelas eles se tocaram a primeira vez, pela respiração. E quando juntos parecia puxar o ar para os pulmões num mesmo rítmo a dança começou. Ele venceu a distância do ar entre eles e a beijou demoradamente. Um beijo libertador.

A mãos delas ainda trêmulas se desvencilharam do corpo e avançaram sobre o dele, primeiro por cima da camisa, como que reconhecendo a fina fronteira de roupa e corpo, depois meteu as mãos por dentro do espaço do primeiro botão entregue e o tocou pele a pele, costas, ombro, tórax, e arrancou a camisa, fazendo alguns botões voarem para longe deles e outros ficarem segurados por um pequeno pedaço de linha na camisa clara, incrivelmente cheirosa. E a boca alcançava logo depois cada parte que a mão apalpava, e num gesto de redenção ela se ajoelhou e o olhou como se pedisse perdão pelo prazer que o proporcionava e libertando-o das amarras de cinto e calça esfregou seu rosto como quem se esfregava em um travesseiro, em uma cama quente, como uma bebê em um prato de papa.

Agora era ele inteiro dela e apenas uma lembrança musical do Glame. Chegou a vez dele não desapontá-la, não que isso fosse possível na cabeça dela, ele a ergueu como quem resgata alguém das profundezas do inferno e a abraçou e a beijou com tanto desejo que seu corpo estremeceu e ela ficou totalmente entregue a ideia de deixá-lo tocá-la por dentro. Ele meteu as mãos por debaixo de sua saia e percebendo o seu sexo molhado puxou ela para mais perto como quem livra alguém de ser atropelado e enraizou-se no corpo frágil dela. Ela o invadiu como um primeiro raio de sol em seu mundo vazio. E ali experimentaram aquilo que facilmente confundem com amor, naquele momento podiam jurar qualquer coisa movidos pela felicidade de suas entranhas, até a eternidade efêmera do mundo real.

Laryssa

Porque amar na prosa e nos poemas é possível.

2 comentários:

Anônimo disse...

...
Fiquei sem o que comentar!

Ass: camilinha

Anônimo disse...

a parte mais importante do texto é a ultima linha se quer saber.