domingo, 13 de novembro de 2011

e agora?

Você vai sorrir
quando enfim ela admitir
que quem errou foi eu?

Ela tem sentido tanta coisa, tanta que mal sabe explicar, os lábios gaguejam, a morte bate a porta, é tão difícil superar certas coisas, ela pensa consigo mesma e tenta fechar as janelas, mas a tempestade é mais forte que seu braços finos, que sua mente confusa. Estranho, doloroso, a vida toma os caminhos que escolhemos e parece enormemente ruim alcançar o que se quis. Se's perturbam a mente, e as possibilidades de outro futuro questionam-me. "Mocinha, quem escolhe o que quer, tem o que quer..." Mas é errado buscar isso? 
As pessoas num geral adoram ver nosso fracasso, nosso coração nas mãos em pedaços, mas me diga, podia ela  cobrar de si a ternura que não tivera naquela época? Ou o entendimento que só adquiriu agora? Quando os poetas falam que a felicidade está no caminho e não na chegada, entendeu que era pra fazer algo com sua vida, e agora... quando tudo que sente é um vazio imenso e a tempestade desmoronando as paredes que aleatória construiu no passar dos anos... na verdade nada. Só uma dor no estômago, só uma pergunta a incomodando: Foi certo o que fez?
Agora, as convicções parecem tão utópicas, tão bobagem... e tudo que pensara ser parece tão pequeno. Foi como se tivesse chegado primeiro a um lugar muito lindo, e o achando comum desistiu dele, foi atrás de algo diferente, de algo único... e aí... o que encontrou foi isso, pedras de dor, montanhas de solidão. Viver é isso? Apenas isso? A correria atrás do vento, a felicidade escapando pelas mãos, as memórias atormentando, o dito pelo não dito... a vontade de que essas coisas lhe soltem, de libertar-se dessa liberdade falsa, sente-se perdida na verdade, o mundo a chama e ela só pretende encolher-se no canto, mas a terra não tem cantos... tem esquinas curvas que nos expõem... conclui: é inútil fazer qualquer coisa, correr, ficar... é inútil. Escolhera, é o que importa no final não é? não é? Perguntas ao nada, ninguém responde... acabar-se-á quando? Quando? ninguém responde... nunca respondem...e não consigo fechar as janelas, malditas janelas!

Laryssa Tertuliano

A vida passa.

Mais depressa
do que o relógio possa contar.

Tertuliano

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Família e meus 22 anos.

Sabe aquela imagem de uma família comum de pai, mãe e dois filhos sentados à mesa almoçando juntos em final de semana desses? Eu não deixei de acreditar.
Apesar da infância me mudando do sul pro nordeste, dos meus pais brigando constantemente consumando em um divórcio recente, e do mal relacionamento com meu irmão. Sempre continuei acreditando na imagem acima, sempre disse a mim mesma que minha família começaria de mim, que eu seria a mãe, e um dia a avó e talvez até a bisavó dessa família. Para isso, para continuar acreditando nisso, mesmo com tantos exemplos dentro da minha própria casa de que isso seria muito difícil, tive de me apegar a certos pontos de vistas muito próprios, e às vezes até interpretados como frieza.
Primeiro aceitei, com muita dor, o fato de que os laços sanguíneos não garantem afeto, respeito e cumplicidade. Apesar de ter me dado a luz, minha mãe e eu não desenvolvemos com o tempo uma relação agradável. Talvez soe terrivel uma filha não adimirar a própria mãe... mas sabe, as pessoas ruins que existem pelo mundo são a filha, a mãe ou a irmã de alguém... infelizmente aconteceu comigo.
Não sinto orgulho em ter conseguido separar-me dessa máxima, que amor de mãe é pra sempre, por exemplo. Meus olhos ainda enxem de lágrima vez ou outra, ainda sinto em mim uma dor que ninguém consegue entender... mas acredito que precisamos ser um pouco egoístas às vezes, e entre a minha saúde mental e insistir em uma relação que não existe nem nunca existiu, de mãe e filha, eu prezo por zelar de mim, depois de vinte um anos suportando isso, eu escolho cuidar de mim, que é algo que tenho controle, que posso intervir, que posso aperfeiçoar... é improvável conseguir o mesmo com minha mãe, não se pode ajudar, conversar ou melhorar alguém que vive de passado, de mágoa, ressentimento... e pior... não consegue separar papéis de mãe, esposa e mulher. Não estou aqui deturpando seu caráter, não vejo assim, ela apenas não amadureceu coisas que são muito claras para mim, apesar da minha pouca idade como ela sempre ressalta.
Os problemas que você tem com seu homem, não são entendidos da mesma forma para seus filhos, para estes vocês continuam sendo a figura idealizada de mãe e de pai.
Apesar da minha mãe sempre dizer que preferi meu pai, meu relacionamento com ele nem sempre é uma maravilha. Enquanto prefiro brigar, ele evita, age com cautela, eu grito, ele silencia, eu quero pra ontem, ele espera... somos dois opostos, mas talvez eu o aceite melhor que à minha mãe, porque aquele tem algo essencial aos pais em minha ipinião: a capacidade de se colocar no lugar do outro, de priozar o filho a si próprio. Sim, eu sou dessas que pensa que o filho é prioridade, se um dia mãe, só irei dormir depois dele, só ficarei bem se ele estiver bem. Não confundam aqui, cuidado com falta de limites. Meu pai sempre me colocou na linha sem precisar de confusão. Bastava um "agora não, minha filha" e eu entendia, sem alarde, sem briga, sem palavras que gerassem rancor... acredito que viver para os filhos é isso, é tirar o pão da própria boca e lhes preservar a vida, se for o caso, ao mesmo tempo que ainda é saber dizer não, é cuidar de si próprio e realizar seus objetivos de vida.
O segundo ponto de vista é entender que o problema, talvez esteja, quando os filhos veem antes desses objetivos alcançados. Ou em outras palavras, quando você pula etapas importantes de sua vida "Eu nunca terminei a faculdade porque tinha que cuidar de vocês" "Eu nunca trabalhei, porque não tive opotunidade, meu pai nunca deixou" "Eu não tou bem de vida hoje porque não casei com fulano" Para mim, essas são apenas frases que refletem um presente frustrado, é provável que quando a vida não saia como o previsto, as emoções negativas aflorem a cabeça e acabemos por magoar quem gostamos, nossa família. O impasse está que esta família pode um dia optar não querer mais conviver nessa série de fracassos. Eu optei sair.
Em terceiro, vejo que não importa os erros que cometi, os que cometeram comigo, minha vida, meu presente e meu futuro pode ser um sucesso ou uma porcaria... depende só de mim. É claro que as pessoas que nos rodeiam influenciam, mas absolutamente ninguém é responsável por nós, se não nós mesmos.
Em quarto, eu podia ter desistido de viver, como quase fiz, de estudar, de lutar... mas não! Mesmo com uma infância entre altos e baixos, e de todas as ofensas que ouvi de minha mãe, ainda acredito que o final de minha história será bom, será feliz... já está sendo aliás, tenho permitido ao meu lado pessoas que me fazem bem, que acreditam em mim, que conquistaram meu afeto, minha amizade, que me importo. E para tais, foi preciso apenas olhar um para o outro e reconhecer-se, não é isso que os poetas chamam por amizade?
A estes que reconheci, e que em troca me reconheceram, sou imensamente grata.
Em quinto, quanto ao meu irmão, é assunto que não quero falar. Mas não lhe desejo mal. A verdade é que não desejo mal a ninguém. Aprendi nessa vida que ódio, mágoa e rancor não leva a lugar algum. Mas entre perdoar e reconquistar é um grande caminho, e é essa a mensagem que gostaria de deixar.
Finalmente, não busque desculpas, quem quer faz acontecer, corre atrás, dá um jeito... é nisso que acredito. Não há coisas impossíveis, há as que você conseguirá ou não realizar. Aceite suas falhas, tente melhorar sempre. Não culpe a ninguém se algo der errado. Sabe, se você encarar que tirou nota baixa porque não estudou o bastante, poderá se sair melhor da próxima mais vez, mas se a culpa é do professor que lhe persegue, como você pretende resolver isso? Se você entender que sua saude vai mal porque você não tem se cuidado bem, poderá procurar um médico e buscar hábitos mais saudáveis amanhã mesmo, mas se a culpa é do seu marido que te estressa? como você pretende resolver isso? Quando admitimos nossos erros, culpas e falhas... podemos consertá-los, mas quando transferimos para os outros, ou para Deus, ou para o diabo, ou pro dia chuvoso, pro calor infernal, pro trânsito, pro colega de trabalho, pro namorado, pra curso que tá pesado... etc etc etc perdemos o controle, perdemos a possibilidade de intervir e mudar. Apenas pense comigo, talvez cheguemos a conclusões diferentes, ou não.
Viver não é exat0o e estou grata a Deus, ao diabo, aos inimigos, aos amigos, aos seres vivos, aos inanimados, aos livros, à cultura... a tudo... por esses vinte e dois anos. Devemos buscar conviver da melhor forma possível com nossas alegrias e tristezas, com o bem e o mal... nem só flores, nem só espinhos... as rosas, por exemplo, têm os dois.

Obrigada a tudo que vivi nesses vinte dois anos, bom ou ruim, me trouxe até aqui, me ensinou o que foi preciso até hoje, desejo agora mais vinte dois de aprendizado, de luta, de realização. Não tenho medo de perder, de errar, de não conseguir. Prezo apenas por tentar sempre, fazer da melhor forma possível, e se eu perder, se eu errar, se eu não conseguir, posso obter um resultado diferente na próxima vez, então... até a próxima postagem pessoal.

Beijos Beijos

Laryssa Tertuliano

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

relacionamento #17



-Para bom condutor, meio passo basta.

Laryssa Tertuliano

relacionamento #16


-Namorar é não ter certeza do futuro junto com alguém.
-Na verdade, é falar do futuro.
-Sentir-se confortável pra falar de qualquer coisa...
-até...
-qualquer coisa.

Laryssa Tertuliano


relacionamento #15


-Eu quero que você me queira sempre que quiser...
-Mas você falou que não é pra eu fazer tudo que você diz...
-E você vai obedecer?

Laryssa Tertuliano

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

esses são os únicos dias
que eu fico triste
e não escrevo nada que preste.

L. Tertuliano
assinar com letra maiúscula
é tão sem pra quê

laryssa
Acho que a cada ano fica mais sério
essa minha crise pré aniversário
que besteira, é só um dia a mais
no calendário.

L. Tertuliano
Dormir é bom né
preciso
queria mesmo era parar
de me preocupar
tanto
no final
sei que tudo é bobagem
não que eu seja bobagem
mas tudo isso
que me atordoa
vai passar
e eu nem vou lembrar
talvez
tudo passa nessa vida né?
isso também,
quero que chegue logo o dia depois
de seis.

L. Tertuliano

É.

Essa semana ando muito pensativa. Acontece sempre nos dias que antecedem meu aniversário, pensando bem... nem é algo tão assustador assim, no vestibular roulou bem mais pressão e eu não fiquei escrevendo feito uma louca, queminhasultimasfolhasdocadernonãomedesmintam cof cof, medo de mudar, perca do controle, busca por aceitação, tentativa de focar a atenção em mim, problemas ou apenas uma garota que tem pânico de não conseguir alcançar aquele tal futuro brilhante que todo mundo exerga. Não sei. Um pouco de tudo, talvez. Ou nada.
Antes eu acreditava em filmes... sabe com aquela trilha sonora, a busca pelo verdadeiro amor, as turbulências, a lição de vida e o final feliz no final rsrs ?
Eu acreditava na igreja também, e em outras coisas... mas aí perdi o medo de questionar. E comecei feito um animal que acaba de aprender a andar... corri, questionei pra todo lado, falei besteira... e um dia fiquei em silêncio, comecei a observar. E assim aprendi melhor que enquanto simplesmente falava. Fiz escolhas, coisa que eu temia até outros textos atrás, hoje sei que são necessárias, e não fujo mais delas. *voz de narradora* rsrs Mas é verdade. Não sou pessimista, apenas estou triste com uma série de coisas que me aconteceu no ultimo mês, coisas da vida... que serão superadas com o tempo. Mas é que nos dias que antecendem meu aniversário eu fico assim mesmo, mais sensível que o normal, menos paciente do que gostaria.
A coisa mais legal que eu aprendi na vida, foi a não simular emoções, a ser eu... mesmo quando estou assim numa fase ruim e chata, sendo sempre eu mesma não conquistarei nada com mentiras, né? Isso não quer dizer que eu saio por aí disparando minha opnião, às vezes equivocada e magoando às pessoas... também aprendi que devemos emitir nossa opnião com respeito aos outros, sabendo o peso das palavras que se escolhe e a consequência de cada coisa que for feita.
Mas não precisamos nos poldar, apenas pensar e só. Às vezes vale mais entender que ter razão.
Extrapolar também é muito bom, tirar um dia pra não fazer nada, desligar o celular e dormir ou então assistir filme sozinho, comer seu prato preferido na Spoleto em meio de semana as cinco horas da tarde... demorar um pouco no banho, vestir uma roupa velha, mas super confortável... coisas do tipo. Se permitir prazeres, coisas que só você entende... não tem preço.
Só tem uma pessoa que conseguiu me entender nisso, ele chamou de ócio criativo. rsrs é verdade, preciso de um chá de sumiço vez em quando, pra colocar ordem nas ideias, produzir.
Estou ficando feliz com as coisas legais que aprendi no último ano rsrs
Equilíbrio, não existe fórmula pra felicidade, pra amor, pra se sentir bem. Existe você e o agora e o que você decide fazer com ele. Com o meu agora eu decido ser chata, insuportável e reflexiva, aviso que por favor mantenham distância pra não se aborrecerem rsrs mas por trás de todo esse blá blá saiba que eu adoro ser cinsiderada, lembrada, mensagem recebida, afeto, atenção, mimimis

Beijo a todos, e não leiam meu blog essa semana, ele estará emocionalmente alterado, controvérsio, repugnante, adorável, irregular, calmo, disturbado, sorrindo e chorando.

Minha última quarta com 21 anos, e lá vou eu.

Tertuliano

Aniversário e coisas óbvias.

Sou do contra, quem convive sabe. "Laryssa, isso tá tão gostoso... quer um pedaço?" e eu sempre responso simpática "não, obrigada" rsrs. Não gosto quando digo que não quero isso, e alguém fala " mas é tão bom, tão gostoso" tão isso e aquilo, sério? então fica pra você... penso comigo. Mas tem ternura em mim também, não sou só abuso e controvérsia rsrs. Ser do contra até atrapalha um pouco, vez em quando tento abstrair e seguir os conselhos, geralmente não me arrependo... ouvir os outros ajuda você não quebrar a cara mais vezes que o necessário ;)
De todas as coisas que me incomodam, as óbvias me irritam mais, talvez por isso eu seja tão abstrata, subjetiva e singular... nos poemas isso é bom, mas na vida profissional tenho levado uns carões por isso. "Você precisa ser mais objetiva, Laryssa" "A gente até vê que você sabe do assunto, mas você precisa is mais direta ao ponto" OBJETIVIDADE Laryssa, e isso me parece tãão difícil, no entanto... funciono bem com prazos, com cobrança... e lentamente os meus pés tocam o chão, as ideias alcançam o campo da objetividade e Laryssa consegue sair de todo campo de sentimentos e emoções para a razão. É, se minha área não for o que tenho estudado... não sei mais o que faria da vida. 
Mesmo conseguindo ser racional, objetiva e coisas do tipo no trabalho... o óbvio ainda me assusta um pouco, me irrita... ah! Quero sempre o improvável, o complexo, oqueéprecisopararepensarumpoucopraentender. Daí minhas crises existenciais em época de aniversário, detesto, detesto... saber que todo mundo vai lembrar de mim porque é meu aniversário, tudo bem, eu sei que meus amigos de verdade lembram mesmo quando não é meu aniversário, e só por vocês que esse dia vai ser legal, como são todos os outros... mas tem aquelas pessoas que só vão lembrar porque tem no orkut, tem no facebook, tem na puta que o pariu. E disso eu não gosto, no geral, não gosto de lembrar dos meus amigos só em dias de aniversário, natal e ano novo... se aquela pessoa é importante pra mim, vou lembrar dela em outros dias também, em uma segunda depois do almoço, em uma terça antes do jogo, na quarta feira que é feriado, numa quinta pra assistir um filme ou no domingo pra almoçarmos juntas. Eu lembro de quem eu gosto em dias que não estão em vermelho no calendário. E acho que devia ser assim. Sempre. Lembrar de mim em uma tarde qualquer, absolutamente sem motivo, sem porque, sem pra onde... lembrar porque meu nome passou no seu pensamento, porque eu fiz algo que você admira, porque sou sua amiga, porque você pode contar comigo... lembrar porque lembrar e já me deixa imensamente satisfeita, não me obriguem a ler "parabéns, felicidades e tudo de bom pra vc" ok?! Mesmo assim, talvez leia um bocado desses dia seis. 


Eu Tertuliano