quarta-feira, 17 de novembro de 2010

é preciso saber viver.

eu sou uma pessoa, que nem você!

Sei, a maioria das pessoas apenas existem... e você já deve ter lido as duas frases em uma caixa de cereal ou em um papelzinho de chá, acertei?! ok, talvez não na caixa de cereal. Fato é que estão sempre tentando nos ensinar sobre a vida, como se fosse uma coisa muito fácil.
Percebi uma coisa engraçada, pra não se dizer horrível, ao meu respeito: a felicidade que sinto ao descobrir que não fui única a cometer tal erro, ou o prazer que ver alguém na pior causa em meu íntimo. Egoísmo, futilidade ou insegurança... não sei como posso denominar esse contentamento na desgraça alheia, mas eu sou assim às vezes.
Sempre tentei me esculpir atrás de coisas que nem entendia muito bem. Por medo, ou falta de topete pra me arriscar em novas definições, acomodei-me atrás de uma figura de boa moça, decidida e compenetrada. Mas eis que houve uma revolução, e a menina que estava prestes a pegar o diploma de meteorologista, joga a carreira promissora ao longe atrás de uma coisa que nem sabe se vai dá certo.
Apesar da revolução na vida acadêmica, sinto-me muito bem comigo mesma, principalmente hoje depois de conferir o gabarito do enem e ver que acertei mais de 50% nas duas provas. Desenho Industrial, aí vou eu... mas esperarei até 15 de janeiro para comemorar oficialmente.
No post do meu aniversário prometi escrever sobre algumas coisas... como, por exemplo, a banalização do cristianismo. Resolvi falar sobre isso hoje porque ultimamente tenho lidado com a surpresa das pessoas ao descobrirem que sou evangélica.
Sim, eu sou evangélica, mas não gosto do significado que essa palavra adquiriu com o tempo. Devido a má fé de muitos pastores/igrejas/seguidores, a religião passou a ser ainda pior vista, se é que isso é possível. Ser evangélico tem muito mais a ver com pertencer a uma igreja e seguir regrinhas de conduta moral, que com o seguir a Cristo de fato.
E seguir a Cristo significa amar a Deus acima de todas as coisas e amar o próximo, isso implica em como você age com as pessoas ao seu redor, penso que devo ser sincera e fazer o bem. Ok, pode parecer um blah blah muito bonitinho, mas que não condiz com a realidade, correto? Corretíssimo! e é por isso que faço cara feia ao afirmar: "-é, sou evangélica" porque sei que nem de longe as pessoas entendem o que isso significa.
Somos educados, dentro da igreja, a não lidar com os problemas, a não se contaminar com o mundo... mas me diga uma coisa, que sentido há em viver em um mundo - planeta terra, e não desvendá-lo. Acredito que Jesus sempre nos instigou ao questionamento, a pesquisa, a descobrir quem se é, e principalmente a conviver com as diferenças.
E quando nos deparamos com as situações que não fomos preparados, temos duas opções: fugir e "entregar nas mãos de Deus" ou arriscar e quase sempre quebrar a cara, porque é isso que acontece quando você enfrenta algo sem entender muito bem do que se trata - você comete erros.
Um vez queimei as caixinhas de som do meu irmão porque liguei elas direto na tomada - sem o estabilizador, depois desse dia, manual e bulas de remédio passaram a ser leitura obrigatória pra mim, não gosto de mexer com o que não sei como funciona.
Voltando ao cristianismo e em como ele vem sendo deturpado por ações de gente descompromissada com as verdadeiras propostas de Jesus Cristo, acredito que a religião, assim como a política e o futebol têm aspectos positivos e negativos, quero me deter apenas a um positivo, visto que os negativos obviamente todos conhecem e talvez até concordem.
A religião é organizada por pessoas, na verdade, o mundo está cheio de pessoas, e estas são responsáveis por mudanças que podem ser feitas, depende apenas do desejo e da atitude delas. A igreja, como instituição, tem muita força, se assim o quiser, para ajudar às pessoas.
E é nisso que acredito, na responsabilidade que tenho em fazer do mundo um lugar melhor, talvez eu não faça nenhum grande feito, ou talvez o meu sorriso ajude uma pessoa a se sentir melhor com ela mesma.
Deixemos de nos prender a conceitos ultrapassados, preguemos a tolerância, que tal?! E não se assustem quando eu disser que sou evangélica, talvez eu não seja como a maioria por aí, que não admite suas falhas e se acha uma espécie de super poderoso por ser crente, bem... eu não sou realmente esse tipo de pessoa.
Peço a Deus para que mais e mais pessoas tornem-se conscientes de seu papel na sociedade, que é o de propagar o bem, de ser sincero, de irradiar alegria... mas entenda que não é pelas obras que Deus o aceita, e sim pelo amor.
No mais, ser evangélico não o torna superior a ninguém, na verdade é como quando vc está em meio a uma grande zuada, ai sua cabeça dói e você toma um remédio... vc ainda vai continuar ouvindo a zuada, mas sua cabeça certamente pára de doer, certo? Seguir a Cristo é como tomar um remédio... vc não precisa, nem deve sair da zuada, talvez mais cedo ou mais tarde outra pessoa sinta dor de cabeça também. Entende?

Beijocas
Laryssa Galdino

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