Me bateu um desespero quando vi nosso filho com febre e levei-o ao médico, mas então pensei em ontem, e em todos os dias desde que nos conhecemos. No beijo que você sempre me dá antes de ir pro trabalho e das flores novas que você colocou no jardim, adoro quando você melhora o que já está bom. Lembro quando a gente tinha pouca idade e começamos o namoro, no começo ninguém sabia e parecia que éramos agentes secretos envolvidos em um romance, e agora enquanto o nosso filho já vai bem e eu faço companhia pra ele dormir eu vejo você chegando em casa e meu coração dispara como exatos anos atrás, e sei que foi por causa desse teu sorriso, logo quando começamos a sair que eu me afeiçoei a você. Sei que parece estranho, eu que sempre disse gostar dos homens sérios falar agora que me apaixonei por teu sorriso, mas é que teus dentes todos a mostra parecem tão alinhados e eu sentia confiança quando você sorria, exatamente como agora. E pode parecer engraçado, mas outro dia achei uma foto caída perto do móvel, foi você mexendo no álbum que eu te conheço! Era nossa foto pequenos, e me lembrei de quando eu inventava que queria pão bahiano doce pra você ir comigo na padaria, e dizia que estava cansada de ajudar mamãe limpando a casa pra gente andar bem devagar e você acreditava, hoje acho que você também estava "cansado" e a gente demorava uma tarde inteira pra buscar nossos pães.
Não sei porque você sempre fazia a mesma careta quando eu pedia o pão bahiano doce, como se reprovasse eu gostar de um pão cheio de açúcar, pois eu pedia porque gostava, e de propósito também para lhe irritar. E depois eu te dava mil beijinhos até sua raiva de não sei o que passar. Lembro que isso sempre acontecia quando eu ia pra sua casa, a sua casa era perto da padaria.
Eu dizia pro meu pai que ia comprar pão e só voltava depois das seis e sem pão, não entendo como ele demorou tanto pra perceber que a gente namorava, e às vezes eu até esquecia de comer o pão.
Texto em resposta ao http://meuquartoesala.blogspot.com/2011/08/de-como-eram-as-tardes.html =) do Augusto Carvalho.
Laryssa Galdino
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