segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

like a virgen

Gozastes nos seios dela
o mesmo prazer que nos meus já encontrados?
foi mesmo o amor de teus amores
com quem experimentaste a liberdade
de dois corpos, nossos corpos!?

E essa tal de brincos?
que fez ela com teu coração
para deixá-lo tão angustiado?

Penso que, verdadeiro é o teu
adorar sentir a dor
necessidade de ter pelo que morrer
e como não corta os pulsos
covarde
escreves

Questiono também sobre os teus outros inusitados feitos...
no lugar onde prazer custa um certo dinheiro
encontraste por acaso um corpo
quente como o não menos ingênuo meu
para passar a noite?

No tirar de roupas repetido
viste algo novo?
Achastes por acaso semelhante
em algum aspecto
as possibilidades de futuro
que elas e eu temos contigo?


E que contentamento há em uma beleza cadavérica?
que contraste não:
virgindade e perfeição.
De onde tirastes a futil ideia
[de que tais coisas andam juntas?

Afinal
não teríamos chegado ao fascínio das estrelas
se ambos castos
Ah, indubitalvemente não teríamos.
Digo ao menos por mim
eu não o teria.

Quando penso nos conflitos que enfrenta tua mente
temo dizer que o entendo
temo dizer qualquer coisa depois de hoje,
por isso escrevo.

Teus olhos estão cegos
não olhe os brincos que há tempos te irritaram
olha meus olhos e vês
uma real beleza
que nada tem de morta
[digo uma
porque sei que há outras
como a de quem inspirou ao compositor tal canção].


Esquece, torna proveitosa a vida
tanto quanto te aproveitas da dor.

Não me julgas pelo já vivido
há tanta vida nessa morte que celebras
e colãs precedendo as pernas
que livres te recepcionam a um culto prazer.

Laryssa

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